segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A vergonhosa política suja em Vitória da Conquista – Bahia


Por Saulo Moreno Rocha**

Até o momento o Brasil vive a indecisão quanto à Lei da Ficha Limpa, que impede candidatos ficha sujas de assumirem seus mandatos nas diferentes instâncias políticas do país. A rigor, a força com a qual a população brasileira exigiu a aprovação e a promulgação desta lei demonstra um amadurecimento no que tange a consciência política em nossa sociedade, e mesmo não impedindo uma série de candidatos de serem votados nas eleições do domingo último (03/10), a lei fez efeito, chamando os eleitores a uma avaliação dos candidatos a serem escolhidos.

O mesmo exemplo dos eleitores não foi seguido pelos candidatos, pelo menos em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia e segunda do interior. Logo na noite de sábado que antecedeu as eleições, as ruas estavam completamente sujas, com cartazes, panfletos e toda sorte de material de campanha. Ao que parece, nos últimos momentos de campanha, os correligionários resolveram não deixar nenhum panfleto sequer dentro dos comitês, e resolveram os espalhar por toda cidade, principalmente nos locais de votação.

Vergonhosamente, a nossa política não é suja somente no aspecto tangível pela Lei Ficha Limpa, mas produz uma grande quantidade de resíduos ao final das campanhas, que levarão séculos para serem decompostos, já que grande maioria desses material não são encaminhado para o reaproveitamento, e em cidades pequenas a situação é pior, já que serão dispostos em locais abertos, lixões, já que maioria esmagadora das cidades de nosso país não possuem aterros.

Cada candidato num dia de segunda-feira após eleições deveria pegar numa vassoura junto com os funcionários das prefeituras e irem limpar as ruas das cidades, para tomarem consciência do mal que causam ao ambiente das cidades, gerando uma série de incômodos a população. Na campanha política isso já deveria ser prática, por que a poluição visual que Conquista viveu nos últimos tempos não se compara a nenhum outro período do ano.

Políticos do Brasil, mais consciência, antes de chegarem à Câmara Legislativa Estadual, Federal, ao Senado e ao Palácio do Planalto, Limpem suas ruas. Para termos fichas limpas na política, o exemplo tem que partir de casa, sendo assim, comecem limpando as ruas das pessoas que os elegeram. Por uma política sem sujeiras, pelo meio ambiente, valorizando e respeitando as nossas cidades, repensemos a forma de fazer política no Brasil.

**Saulo Moreno Rocha é pesquisador do Núcleo de História,Cultura e Memória da ONG Carreiro de Tropa - Catrop. Estudante do Curso Integrado em Meio Ambiente do Instituto Federal da Bahia - Campus Vitória da Conquista e Presidente do Grêmio Estudantil da mesma Instituição. Integra as atividades realizadas pelo projeto "Jovem PEV", executado pela ONG PEV - Programa de Educação para a Vida.